30.8.07

Simpsons - O Filme

Tirando as novas situações cômicas, o espectador
não tem outra grande novidade para conferir




Diego Palmieri

Dezoito temporadas, divididas em quatrocentos episódios, que já renderam, dentre diversas homenagens e elogios, um Prêmio Peabody, 23 Emmy e o título de "melhor programa de televisão do século XX", segundo a Revista Time. É com esse currículo de sucesso na TV, que a animação norte-americana Os Simpsons acaba de chegar no formato da tela grande.
Depois de quase duas décadas de expectativas, finalmente a família de Homer e Marge ganhou mais do que os habituais 22 minutos para aprontar na pequena Springfield. Por sinal, a cidade natal da família está revoltada com as recentes atitudes de Homer.
Em Simpsons – O Filme, a campanha de Lisa para despoluir o lago da região (o episódio é chamado em determinado momento de "Uma Verdade Irritante", fazendo referência a Al Gore) vai literalmente por água abaixo, depois que Homer decide jogar as fezes de seu mais novo mascote, o "Porco-aranha" ou "Harryporco", no local. O episódio dá origem a uma catástrofe capaz de banir para sempre a família da cidade. Até o presidente dos Estados Unidos, Arnold Schwarzenegger (na voz de Harry Shearer), fica sabendo da história.
Como marca registrada da série, mais uma vez temos inúmeras gozações e alfinetadas escancaradas ao comportamento american way of life. Passamos pela mensagem politicamente correta de Al Gore (a questão ambiental é o foco em mais um filme!), revisitamos o caso de amor e ódio a Schwarzenegger na política, reforçamos a péssima imagem das junkie foods, entre outras. Uma das melhores é ver a família cruzando a fronteira para entrar no Alasca, onde recebe mil dólares para não reclamar das indústrias petrolíferas instaladas no local.
Os produtores do filme são os mesmos da série, ou seja, Matt Groening na criação, James L. Brooks e Al Jean como executivos, bem como Mike Scully e Richard Sakai. Basicamente tudo o que criam, você poderia ver na TV, sentado em seu confortável sofá da sala. Temos o já conhecido mix de comédia sarcástica, ação e emoção, com a mesma aparência gráfica. É possível afirmar que tirando as novas situações cômicas (quase todas muito bem sacadas), o espectador não tem outra grande novidade para conferir.
É bom? Sem dúvida que sim, mas é o clássico discurso "mais do mesmo".

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